Como os fundos high yield podem potencializar o retorno da sua carteira
12 de setembro de 2024
12 de setembro de 2024
Quem acompanha o ecossistema de investimentos no Brasil sabe: um dos principais desafios encarados por investidores, gestores e estrategistas no mercado local é encontrar meios para alcançar retornos acima do CDI, ou de outros indicadores de referência, sem descuidar da proteção da carteira.
Embora não exista uma receita única, a resposta geralmente passa por uma estratégia robusta de diversificação, que combine diferentes setores e classes de ativos - inclusive fora dos mercados convencionais, como a bolsa de valores, os títulos públicos e os fundos tradicionais.
Nesse contexto, é natural que os especialistas ampliem seus horizontes e busquem oportunidades nos ativos alternativos. Dentro desse universo, um dos instrumentos vem ganhando espaço no país são os chamados fundos high yield.
High grade x high yield
Diferentemente dos fundos high grade, que concentram suas alocações em títulos de dívida de menor risco e menor retorno, geralmente emitidos por empresas grandes e sólidas, os high yield visam títulos emitidos por empresas com classificação de crédito inferior, que oferecem taxas mais elevadas como compensação pelo maior risco envolvido.
Ainda que muitas das empresas desse segundo grupo sejam consideradas de maior risco para o comprador da dívida, isso não significa necessariamente que sua saúde financeira ou gestão não sejam de boa qualidade.
Em alguns casos, as companhias estão fora do radar do crédito bancário porque são de menor porte ou ainda estão em fase inicial de crescimento e não possuem longo histórico no mercado. Nesse cenário, encontram no mercado de capitais uma fonte de captação eficiente e capaz de precificar adequadamente seus ativos.
Gestão do Risco nos fundos high yield
Para lidar com empresas sem o mesmo histórico ou governança das companhias high grade, os gestores buscam mecanismos de proteção que mitiguem os riscos. Isso pode ser visto, por exemplo, por meio da concessão de crédito condicionada à existência de garantias reais.
Essa medida funciona como uma espécie de seguro. No caso de inadimplência por parte da empresa emissora do título, o fundo tem a possibilidade de acionar as garantias, que podem ser imóveis, recebíveis financeiros, entre outros ativos. Dessa forma, o gestor recupera parte ou todo o capital investido.
No caso do investimento em títulos de dívida, como debêntures, os fundos podem recorrer aos “covenants”. Esse instrumento estabelece obrigações do emissor do título que, se descumpridas, permitem ao fundo executar a dívida antecipadamente. As obrigações podem ser um teto de endividamento, manutenção de rating e muito mais.
Outro fator que reduz o risco é a diversificação de ativos dentro do portfólio. O investimento via fundo permite que o investidor tenha uma exposição menos concentrada em cada emissor de dívida do que poderia fazer se alocasse os recursos diretamente. Assim, se um deles não puder arcar com seus compromissos, o impacto sobre a carteira é muito menos sensível.
Mais um elemento decisivo é a atuação do gestor do fundo. Uma gestão profissional e experiente é capaz de analisar cuidadosamente as garantias oferecidas, negociando prazos e taxas mais vantajosas para o investidor.
Tipos de fundos High Yield
Existem diversos tipos de fundos que investem em ativos high yield e que podem ajudar a compor uma carteira balanceada. Alguns deles já são amplamente conhecidos pelos investidores brasileiros, ao passo que outros ainda são mais restritos a investidores qualificados ou profissionais. Entre os principais estão:
Fundos de Crédito Privado: são aqueles investem em títulos de dívida emitidos por empresas, como as debêntures e os CRAs (Certificado de Recebíveis do Agronegócio), que possuem ratings de crédito mais baixos.
Fundos de Crédito Estruturado: além de investir em papéis disponíveis no mercado de capitais, fazem estruturação e originação de crédito para empresas, geralmente com garantias reais.
Fundos Imobiliários: entre as diversas estratégias disponíveis, os FIIs podem optar por investir em instrumentos de crédito, como CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) e LCI (Letras de Crédito Imobiliário), com perfil high yield.
Fundos de investimento em direitos creditórios (FIDCs): esses fundos investem em direitos creditórios, que são direitos de receber pagamentos futuros de empresas. Fundos high yield concentram seu portfólio em recebíveis de empresas com menor classificação de crédito e que ofereçam taxas de retorno mais atrativas.
A contrapartida da liquidez
Em alguns casos, a principal contrapartida do retorno elevado vem da menor liquidez. Isso é visível, especialmente, em fundos de crédito estruturado. Para viabilizar sua operação e alcançar os resultados esperados, afinal, é necessário ter tempo para originar créditos, colher os resultados e, eventualmente, executar garantias.
É o que acontece, por exemplo, com o Patria Crédito Estruturado 365, um dos produtos do Patria Investimentos nesse segmento. Lançado em 2023, o fundo foca em operações de securitização e dívidas corporativas e conta uma liquidez de 365 dias.
No relatório de julho[1], o fundo reportou rentabilidade anualizada de CDI + 4,9% em 2024. Nos seus 16 meses de atividade desde o lançamento, o fundo auferiu retorno acima do CDI em 15 deles[2].
Para operar esse e outros fundos, temos uma equipe com alta expertise em originação e estruturação de crédito dedicada a essa classe de ativos.
Carteira diversificada
Para saber mais sobre como diversificar sua carteira, continue atento à seção Insights do nosso site institucional. Aqui você também pode saber o que são ativos alternativos, como a transição energética traz oportunidades únicas para o investidor e muito mais!
[1] https://api.mziq.com/mzfilemanager/v2/d/67842f1d-b5a5-4146-bbbf-b08976d9889e/ddc6a8ef-6e97-a7f6-fbf3-bc5f958376d8?origin=1
[2] Este material é meramente informativo e não considera os objetivos de investimentos, a situação financeira e/ou as necessidades individuais de um determinado grupo de investidores. Recomendamos a consulta de profissionais especializados para decisão de investimento.